joi, 17 aprilie 2008

Ontologia de poderes em fuga

Hoje no Raices chegamos a algumas maneiras de pensar uma ontologia de poderes. Poderes não podem ser pensados como tropos (que chamaríamos de poderes tropicais) porque tais poderes não poderiam ser inteligíveis - resolveríamos o problema da diferença a um preço muito baixo, tendo que deixar de levar qualquer identidade para casa. Bem, então aparece o problema das instâncias: são singularidades apenas instâncias de poderes universais? E, se são instâncias, parece que temos que postular substracta, algum tipo de objeto. Então esboçamos uma saída: uma ontologoa de poderes sem objeto. O que é uma singularidade? É um emaranhado de poderes que excede qualquer propriedade a ele atribuida. Bem, mas sem objeto? Sim, a identificação acontece por meio de poderes (que podem ser pensados como devires, que estão sempre fazendo as malas em acontecimentos - e nunca chegando ao ponto final da viagem). Mas a identificação é transeunte: nós também somos parte do plano de pequenos deslocamentos que atualizam indefinidamente os poderes. Trata-se de uma outra maneira de pensar nas singularidades em fuga (um pouco diferente da de Excessos e Exceções): as haecceidades tem poderes para além de suas propriedades. Não é que saímos do âmbito da teoria do fardo, há apenas fardos (fardos de poderes), porém nem todos os poderes do fardo podem ser capturados pelas propriedades.

Uma ontologia de poderes, como sugere mais ou menos a Lus, é humeana no bom sentido: territorializamos os poderes que são o que há. Bem, não é exatamente que propriedades (entendidas como aglomerados ou fardos de poderes) são uma segunda criaçao, ou seja, coisa nossa. Os poderes podem ser pensados em contraste com as propriedades que os territorializam. Mas propriedades não são o único modo de domesticar e disciplinar poderes.

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Em breve vamos fazer uma exposição sobre ontologia e política no congresso espanhol de jovens filósofos. Vamos tentar mostrar uma linha de crescente possibilidade de politização que começa com Hume, passa por Hegel, Wittgenstein, Foucault e termina com Deleuze e Guattari (por enquanto). Vamos ver se cola.

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