1. Como pensar um ontologia de potências que não envolva transcendência? Modalidades parecem, a primeira vista, evocar uma transcendência, um quebra-cabeça em que cada elemento pertence a um lugar em uma ordem (conexões necessárias... era o que Hume queria exorcizar). Parece que a terapia do mosaico sobre uma ontologia a deixa modalmente inerte. Eis então como uma distinção empírico/transcendental pode ajudar: as potências podem morar no transcendental, que é o locus da imanência, que é o que é lido, molecular etc. E o empírico é mosaico. Posto assim fica quase uma heideggerização da distinção kantiana em uma diferença. Teria eu caído no bueiro de precisar da diferença ontológica para alcançar a imanência?
2. Quando falamos de possibilia, ou de potências, podemos pensar logo em termos de faculdades e outras possibilidades - e a faculdade é a posse de uma privação. Portanto é posse - é pensar poderes em termos de propriedades, e não em termos de ofertas, de dádivas. A posse de uma privação evoca também a tal barba de Platão que Quine dizia que era a mais resistente a uma navalha de Ockham: tratar das propriedades do que não existe - pegasus, unicórnio ou eu dançar charleston enquanto estou sentado nesta cadeira ergométrica. Bem, não falemos de faculdades. Falemos apenas de potências flutuando no ar - de novo evocamos uma espécie de transcendental da experiência. É o que queremos?
Intestina
Acum 4 ani
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