sâmbătă, 31 mai 2008

Amor por Hume (e pela adorável liberdade adolescente da pretensão de uma ontologia sem fronteiras)

Se há necessidade lógica, semântica, então talvez não haja necessidade fora da lógica e da semântica. Lindamente foi dito: “a filosofia não é sobre princípios, é sobre inícios”. Como uma filosofia sobre inícios pode postular conexões necessárias? Sim, certamente pode, mas uma filosofia sobre inícios não tem como “necessidade” tais conexões. Os inícios não são necessariamente princípios. Que filosofia queremos? Princípios ou inícios? Conexões necessárias ou desejos? Sim, ao invés de conexões necessárias (logicamente e semanticamente exigidas) talvez possamos pensar em desejos (existencialmente e ontologicamente sugeridos). Desejos no sentido deleuziano, portanto, não subjetivos. Desejos que são agenciamentos políticos. (Conexões necessárias seriam desejos – ou agenciamentos – vistos com olhos analíticos?) Talvez possamos pensar em agenciamentos possíveis... Podemos, talvez, falar de futuro a partir dos desejos que são deslocamentos pathofânticos... “Nenhuma recompensa, nenhum senso de sentido” – desejo, pathos imanente. Por que tememos tanto a vertigem?

Podemos usar a filosofia tanto para escapar da vertigem quanto para enfrentá-la:
Às vezes penso que é justamente aquilo que rompe com as (ou se distrai das) conexões necessárias, exigências lógicas e semânticas, que abre espaços novos. Como a arte. Como a poesia. Como Nietzsche. Como Hume, o poeta da vertigem.

(particularmente, não amo a verdade, não tenho nenhuma preocupação com a verdade.
amo os inícios.)

(Não fazer mais ontologia. Como exatamente?)

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