miercuri, 9 iulie 2008

A estrutura e a potência de um Polemos

Prolegômenos. Se a política vier antes, o mundo é feito de indeterminações. Ele está em conflito, não porque já há dois (ou três) lados, porque não há nada estabelecido, não há determinações. Fora isso, há capacidades, faculdades. Há determinações in potentia. Então desembarcamos no meio das coisas: onde há política, porque há política, há ontologia. E é porque a ontologia trata de potências.
Mas pode a potência ser puro polemos?
Pode a potência - as possibilidades de que as coisas estão prenhes - conter ela mesma apenas indeterminações? Tenho escrito que potências são singulares e holistas. O que significa isso? Bem, são holistas porque tem uma intencionalidade física à la Molnar. Molnar a descreve com as características da intencionalidade de Brentano: é direcionada a alguma outra coisa, esta outra coisa pode nem existir, esta outra coisa não é singular mas exemplar e importa o modo de apresentação desta tal outra coisa (Sinne de Frege, opacidade mas coisas muito distintas como uma abelha que não gosta de pólem em pílulas também). Então as potências tem bracinhos para fora - como as velhas esculturas da Louise Bourgeouis (uma delas chamava Sem Título Com Mão e era uma bola de pedra com uma mão saindo dela - assim são as potências).
Mas, como mônadas, também singulares. Como assim? Não é que elas são tropos. É que elas servem para isolar um ítem do mundo no plano das possibilia. Que plano é esse? É o plano das haecceidades. Eu inventei um conceito que eu chamei assim: Dispositivo de Ceteris Paribus. É o DCP, minha abreviação para ficar mais íntimo, que promove o trânsito do plano das possibilia (das potências e das haecceidades) para o plano da organização (onde há, por exemplo, as conexões nômicas). Mas as conexões nômicas são necessidades que precisamos - precisamos do plano de transcedência. Por que? Porque precisamos fixar necessidades para falarmos de potências específicas (uma lição quineana).
Mas isso é suficiente para caracterizar o Polemos? Bem, aqui talvez possamos falar de ontologia polemaica: potências não formam mosaicos (formam esculturas de imãs etc). Alguém pode dizer: não, aí não. Mas sempre apelamos para considerações formais ao mesmo tempo que não queremos nenhuma restrição material. É preciso repensar estas restrições. Como assim? Ando convencido de que a palavra chave é determinação. Qual é a política e a ontologia de uma determinação?

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