É necessário pensar a ontologia não subordinada a política, mas como sua conseqüência mais imediata. Seria uma forma de constituir um procedimento filosófico em um duplo aspecto: primeiro o deslocamento do primado que cairia antes sob a política que sob o Ser, sendo este sempre um produto de uma tensão de forças agindo e produzindo o conflito antes mesmo da produção de existente, porém seria preciso mostrar que essa antecedência se dá e não se dá antes do já haver algo. O conflito como princípio positivo de produção naquilo que é. Princípio intrínseco ao surgimento de cada novo, e nesse sentido princípio sempre imanente. O conflito deve estar compreendido na produção, circunscrito nela como sua anterioridade sem, no entanto, transcendê-la. Segundo, a política tal como se entende em geral deveria ser repensada para além das atribuições vulgarizadoras em que o já estabelecido a desvia para com isso estabilizá-la, por assim dizer, reduzindo com isso o conflituoso aos dogmas impostos.
Há sempre um conflito político anterior a produção de ontologia. Entretanto é preciso acompanhar esse pensamento em seu duplo aspecto, pois se cosmicamente o existente surge de uma tensão política originária, seria preciso também desenvestir as práticas políticas atuais do que há nelas de moralismo dogmático que se faz barreira contra a emergência do problemático, reduzindo o devir ao já esperado, à obviedade.
Seguindo a pesquisa da obra de Spinoza e de Nietzsche realizada por Deleuze na constituição de uma ontologia da univocidade do ser buscamos os fundamentos sempre móveis que em seus deslocamentos constantes expressa o turvo embate das forças no problemático. A ontologia spinozista em seu interesse primeiramente político constrói um puro plano de imanência, pois está livre de toda transcendência, posiciona os modos de ser a partir de um horizonte absolutamente infinito. Com sua teoria das formas de singularização temos um plano de imanência povoado por multiplicidades ativas definidas apenas por suas Velocidades e por seu grau de Potência de agir.
A Ética de Spinoza é uma ontologia das potências, entretanto permanece limitada na medida em que ela não opera a reversão pela qual o ser se possa dizer aponas do devir, o uno do múltiplo, etc. Ao perceber essa deficiência Deleuze, a partir de sua leitura de Nietzsche, injeta o movimento do eterno vir-à-ser da Diferença fazendo com que os modos spinozistas passassem a girar em frenéticos picos de desmesura. É que para Deleuze o Eterno Retorno de Nietzsche é a doutrina onde a Vontade de Potência pode ir até o máximo daquilo que pode, atingindo sua hybris, seu excesso, elevando-se a sua enésima potência. Esse é o projeto de uma ontologia constituída na micro-política das potências. Uma univocidade do ser onde aquilo que se diz univocamente o faz de sua máxima potência. Um plano de imanência em movimento absoluto, povoado por devires e picos de potência. Aparelho teórico que já é uma prática política, pensamento seletivo que nos implica no problemático, uma arma nômade contra os poderes estabelecidos e os dogmas morais que submetem a vida ao seu movimento niilista de auto-supreção e rigoroso louvor a morte, a impotênica e a subserviência.
Há sempre um conflito político anterior a produção de ontologia. Entretanto é preciso acompanhar esse pensamento em seu duplo aspecto, pois se cosmicamente o existente surge de uma tensão política originária, seria preciso também desenvestir as práticas políticas atuais do que há nelas de moralismo dogmático que se faz barreira contra a emergência do problemático, reduzindo o devir ao já esperado, à obviedade.
Seguindo a pesquisa da obra de Spinoza e de Nietzsche realizada por Deleuze na constituição de uma ontologia da univocidade do ser buscamos os fundamentos sempre móveis que em seus deslocamentos constantes expressa o turvo embate das forças no problemático. A ontologia spinozista em seu interesse primeiramente político constrói um puro plano de imanência, pois está livre de toda transcendência, posiciona os modos de ser a partir de um horizonte absolutamente infinito. Com sua teoria das formas de singularização temos um plano de imanência povoado por multiplicidades ativas definidas apenas por suas Velocidades e por seu grau de Potência de agir.
A Ética de Spinoza é uma ontologia das potências, entretanto permanece limitada na medida em que ela não opera a reversão pela qual o ser se possa dizer aponas do devir, o uno do múltiplo, etc. Ao perceber essa deficiência Deleuze, a partir de sua leitura de Nietzsche, injeta o movimento do eterno vir-à-ser da Diferença fazendo com que os modos spinozistas passassem a girar em frenéticos picos de desmesura. É que para Deleuze o Eterno Retorno de Nietzsche é a doutrina onde a Vontade de Potência pode ir até o máximo daquilo que pode, atingindo sua hybris, seu excesso, elevando-se a sua enésima potência. Esse é o projeto de uma ontologia constituída na micro-política das potências. Uma univocidade do ser onde aquilo que se diz univocamente o faz de sua máxima potência. Um plano de imanência em movimento absoluto, povoado por devires e picos de potência. Aparelho teórico que já é uma prática política, pensamento seletivo que nos implica no problemático, uma arma nômade contra os poderes estabelecidos e os dogmas morais que submetem a vida ao seu movimento niilista de auto-supreção e rigoroso louvor a morte, a impotênica e a subserviência.
Un comentariu:
Particularmente, sou do time que torce pela ontologia entendida como política, sem hierarquias ou coisas do gênero... "Um plano de imanência em movimento absoluto, povoado por devires e picos de potência", sem dúvida político, não é também ontolgia? Precisamos, a meu ver, pensar melhor o que ganhamos e o que perdemos separando ou unindo ontologia e política...
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