Differenssa: Como as potências animariam o mundo (espaço-tempo)? Como separar possibilidade de futuro? O poder-ser e o poder-não-ser já não nos mergulham até o pescoço na temporalidade?
Differenssa: Acho que o bonito é pensar na possibilia como abertura para alguma coisa espacial ou temporalmente distante - a cola modal do mundo. Estar prenhe de potência - diria nietzsche - nao tem nada que ver com o que vou consumar, é a potência mesmo que se associa ao desejo. penso mesmo que isso tem um pouco a ver com o eterno retorno, entendido como eixo para a distinção espinozíssima entre desejo e esperança: potência é desejo, é uma germinação de mundo por ela mesma, não por causa do que ela vai produzir no futuro. o quadridimensionalismo, atualmente, tem me dado muitos espasmos de felicidade - e enclausurar a modalidade no tempo é que me parece claustrofóbico. Eu, ontológicamente, sou bastante de lua.
Differenssa: Quanto ao Werden, acho que começo a entender. Quando disse que "potência é desejo, é uma germinação de mundo por ela mesma, não por causa do que ela vai produzir no futuro" veio uma luz
Differenssa: O pessoal de nottingham anda as voltas com uma questão interessante acerca da cola modal: Hume fez parecer que para haver conexão entre aquilo que está distante no tempo ou no espaço, esta conexão teria que ser necessária. Em certo sentido, é um preconceito humeano dizer que se há possibilia há necessidade - podemos pensar em conexões disposicionais, como eles gostam de dizer. Aqui pensamos na imagem de imãs que se juntam de várias maneiras, mas nenhuma delas é necessária. A conexão disposicional é talvez o que Differessa uma vez chamou de pequeno deslocamento - ou o que vem antes de todo deslocamento, a potência em forma separada de qualquer ato específico.
Differenssa: Boa essa da conexão disposicional. Differessa já havia sinalizado isso no blog. Mas agora fica mais claro. Agamben é um que tenta lidar com algo que não é nem necessário nem contingente, mas ele não diz o que é ou como é. Ficamos no meio do caminho. E aí, talvez possamos explicar com esses imãs. Sim, acho que isso tem a ver com os pequenos deslocamentos e com o que, em outros momentos, usando Deleuze, chamei de agenciamentos. Aqui não estamos mais nem no plano da necessidade, nem mergulhados na contingência... (e talvez esta seja uma boa saída para o nosso risco recorrente de cair em uma ontologia humeana). Mas precisamos ainda escapar da metafísica da presença ou da identidade. Temos já caminhado nessa direção, mas penso que ainda precisamos desenvolver mais. Nesse ponto, gosto muito de Agamben e me parece que em Bartleby ele aponta um caminho, falando da relação da potência com a impotência.
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