marți, 30 septembrie 2008
Ontologia das potências
Cada modo de ser que atualmente persevera na existência é constituído por componentes díspares em conflito. Mas o problema é ainda anterior, pois o próprio plano do qual eles se dizem está implicado no retorno seletivo da diferença, ora esse retorno se dá na seleção de forças de naturezas distintas e irredutíveis, na política de um embate mais originário que é da onde pode surgir alguma concepção do ser. Por isso a política vem antes do ser, o que acarreta certamente em uma outra relação prática com o pensamento e com o mundo.
O pólemos é o único princípio de uma filosofia crítica.
A cada vez que se instaura um princípio em filosofia que não seja o problemático, a própria problematização, trai-se o ato do pensamento submetendo-o a coordenadas transcendentais que o estabiliza em dogmas. O pensamento é de direito a arma que envolve os dogmas e as reatividades no embate originário e seletivo do retorno, ainda que ele não o seja muitas vezes de fato. Com isso se recaracteriza a tradição como uma imagem dogmática do pensamento (nous) em seu projeto de dominação e controle da natureza (physis). A tradição que todo ao longo de sua história poupou e compactuou com autoridades arbitrárias, traindo o pensamento em sua maior potência do envolver-se no problemático.
O plano de imanência é o plano crítico envolvido no pólemos.
A partir de um tal princípio (o problemático) pode-se construir uma nova imagem do pensamento (nous) e uma outra relação com a natureza (physis). Dessa opção política pelo questionamento decorre uma ontologia que aqui chamamos de ontologia das potências. Tal ontologia compreende o ser de forma unívoca o que poderia levar a uma contradição, acontece que o ser só se diz univocamente da diferença, instaurando um plano pré-filosófico. É nesse plano que se desenrola o embate, a política e o problemático, esse plano é o plano de imanência expurgado de qualquer transcendental, plano da univocidade do ser e do retorno seletivo da diferença (intensidades).
As potências povoam o plano de imanência.
Todo modo de ser no plano unívoco de imanência corresponde a um grau relativo de potência e de velocidades e lentidões que estão para o grau absoluto de potência do plano e suas velocidades infinitas. Os modos de ser ou modos individuados povoam o plano implicados nele, no entanto, ao plano de imanência se superpõe o plano transcendente que implica a imagem dogmática do pensamento e a organização sistemática do mundo. Alucinações emanam do plano e joga o pensamento em coordenadas que o ultrapassa. Os modos então flutuam esquizofrenicamente no embate seletivo do retorno, na querela infinda das superposições dos planos.
marți, 16 septembrie 2008
Excessos e Exceções - o clip
Agora pergunto ao público em geral qual é a melhor versão, A ou B? Vou escolher entre as duas em duas semanas de acordo com a votação nos blogs - como votas?
(A) http://br.youtube.com/watch?v=aO00hFuIkpc
(B) http://br.youtube.com/watch?v=LFTGObvkxjI
hehehe
duminică, 14 septembrie 2008
Programa
Questões metafísicas do conhecimento
Ontologia das Potências
Hilan Bensusan
Programa
1. O problema com as potências. O papel das possibilia no mundo. Imanência, capacidades, faculdades e pensamento. O desafio humeano. Atualismo e ontologia das potências – alternativas.
2. Estratégias atualistas. Epistemologia e ontologia humeana. A natureza da independência entre potências e manifestações: a análise condicional das disposições, potências de não, faculdades e capacidades, ato e potência.
3. Algumas marcas do disposicional: a imanência, a intencionalidade física. A imanência absoluta e a concepção das potências como sem transcendência. O lócus das potências. Propriedades e categorias: dificuldades. .
4. Estratégias contra a dependência entre potências e suas manifestações. A análise condicional e as disposições irrelevantes e paralelas. As disposições finkish. Ontologia das potências independentes.
5. O lugar do atual em uma ontologia das potências. Imanência e intrinsicalidade. Categorização. Propriedades categóricas, manifestas, qualitativas. Espaço e tempo como potências: objetos abstratos.
6. Potências e necessidade. As variedades da necessidade – conexões necessárias e disposições. Analiticidade revisitada. Conexões semânticas e ontologia. Poderes e impossibilidade. Modalidades e potências. A imanência da impossibilidade.
7. Mundos possíveis e atualismo. Uma extensão de Hume? Variedades de realismo modal. Vantagens do concretismo. A extensionalidade dos mundos possíveis, sua realidade. Potências externas ao mundo atual.
8. Poderes e forças. A atividade das potências e sua interação com forças. Propriedades versus forças dispersas: a natureza da identidade em uma ontologia de potências. Reatividade.
9. Potências e leis. Leis da natureza. As leis categoriais: cláusulas ceteris paribus. Categorização e extrinsicalidade da necessidade. Quidditismo. A rejeição da transcendência das potências e a univocidade do ser.
10. Potentia e potestas. Os poderes e o poder. Propriedades? O polemos revisitado. As atribuições de poder, as forças e as identidades.
Gilbert Ryle, The Concept of Mind
David Lewis, On the Plurality of Worlds, “Finkish dispositions”
Giorgio Agamben, “Imanência absoluta”, “A potência do pensamento”
Alexander Bird, “Potency and modality”
Giles Deleuze, Nietzsche e a filosofia, “Bartleby ou a fórmula”
Tim Williamson, “Knowledge of metaphysical modality” in: The Philosophy of Philosophy
Antonio Negri, A Anomalia Selvagem
Stephen Mumford, Laws in Nature
Kit Fine, “The problem of possibilia”, “Varieties of necessity”
Um escrito orgânico que será apresentado duas vezes, uma vez ainda inconcluso e em sua versão final.